Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma dieta balanceada deve incluir cinco porções diárias de frutas e vegetais. Uma nova pesquisa defende que a quantidade consumida deve aumentar: sete porções bastam para reduzir em 42% o risco de morte prematura
As pessoas crescem ouvindo esse conselho – uma dieta saudável deve incluir cinco porções diárias de frutas ou vegetais. É essa a receita defendida pela Organização Mundial da Saúde, que recomenda o consumo de 400 gramas de frutas e vegetais todos os dias – ou 5 porções de 80 gramas cada. Agora, uma nova pesquisa defende que essa quantidade não basta. Segundo pesquisadores do University College of London, uma universidade britânica, o consumo deve ser maior- um mínimo de sete porções todos os dias.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estudaram os hábitos alimentares de 65226 pessoas, homens e mulheres, que participaram de uma pesquisa de saúde organizada pelo governo britânico. Foram analisados dados coletados entre 2001 e 2013. Segundo o estudo, quanto mais frutas e verduras forem consumidas, mais longeva a pessoa é. Os dados mostraram que aqueles que comiam mais frutas e vegetais – sete porções ou mais- tinham risco de morte prematura 42% mais baixo que aqueles que consumiam menos que uma porção. Pessoas que consumiam os tradicionais 400 gramas apresentaram risco 36% menor. Segundo Oyinlola Oyebode, a pesquisadora que chefiou o estudo, esses benefícios ocorrem porque frutas e vegetais contêm antioxidantes, substâncias que protegem as células de possíveis danos.
Os vegetais frescos mostraram ser os alimentos com maior fator protetor. Sucos de frutas pareceram não trazer qualquer benefício, enquanto que frutas em compota e em calda (como aquela lata de pêssego que você guarda no armário) mostraram-se prejudiciais. Isso porque, nessas condições, as frutas vêm imersas em açúcar.
Segundo Oyebode, a pesquisa alerta para a necessidade de campanhas que incentivem o consumo desses alimentos, e que tornem esses artigos mais baratos e acessível para as pessoas. Os resultados, no entanto, foram questionados: ao site da revista New Scientist, a nutricionista Catherine Collins, do Hospital St. George em Londres, disse que os resultados da pesquisa podem ter sido enviesados pelo fato de que pessoas que consomem mais frutas tendem a ter mais dinheiro e, normalmente, hábitos mais saudáveis , o que diminui seu risco de morte.
Para esses especialistas, ainda é prematuro elevar a recomendação de consumo com base nesse estudo. Para muitos, já é um bocado custoso consumir as cinco porções hoje defendidas – quem dirá sete.
Por Revista Época
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